NOVENA A SÃO DOMINGOS – 9.º DIA – 3 DE AGOSTO: AMOR AOS SEUS FILHOS
* Nossa Senhora e o Menino, São Domingos e Santo Tomás, de Fra Angelico.
ORAÇÕES PARA ANTES DA LEITURA
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos pelo mesmo Espírito e gozemos sempre das suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.
Dulcíssimo Pai S. Domingos, tende compaixão dos aflitos, dos pobres peregrinos e desterrados do Céu, não desprezeis as nossas humildes súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos e, pelas vossas santas orações, transportai-nos para o Reino da segurança e da paz.
V. Bom Jesus, pela oração de Domingos,
R. fazei que nos tornemos agradáveis a vossos olhos.
Oremos: Concedei-nos, Deus Onipotente, Vos pedimos, que os exemplos do glorioso Patriarca S. Domingos nos levem a uma vida melhor, a fim de que, honrando a sua memória, imitemos também as suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.
LEITURA
NONO DIA
AMOR DE S. DOMINGOS AOS SEUS FILHOS
S. Domingos amava a todos e de todos era amado, exceto dos inimigos da Igreja; mesmo para estes, porém, tinha palavras fraternas e exortações caridosas. Mostrava-se sempre amável, simples e alegre: “Ninguém mais afável, ninguém mais jovial. O seu rosto brilhava com uma luz doce e amável, e nada perturbava a tranquilidade da sua alma; mas comovia-se perante a miséria do próximo”, no dizer do Beato Jordão.
Não chegou ele a vender os manuscritos, os livros e tudo o que tinha, quando ainda estudante em Palência, para socorrer os pobres famintos?! “Não quero – dizia ele – estudar em peles mortas, quando há homens que morrem de fome”. Uma outra vez chegou a oferecer-se para ser vendido, a fim de libertar um homem cuja extrema pobreza era o obstáculo principal à sua saída do cativeiro.
Estimava e amava todas as Ordens religiosas e queria que seus filhos partilhassem essa estima e amor. Mas era bom particularmente para com os seus filhos.
Nas tentações e aflições não havia melhor consolador. Cheio de solicitude, interrompia, de noite, as suas orações e ia ver se os irmãos descansavam bem. Nas viagens era severo para consigo, mas dispensava facilmente os outros. Sóbrio para si, queria que os outros fossem abundantemente servidos. Os hábitos que lhe davam distribuía-os pelos irmãos.
Quando via algum irmão cometer uma falta, não lhe poupava o castigo, mas afligia-se por se ver obrigado a castigar, e fazia-o com palavras e maneiras tão suaves e tão humildes que todos se retiravam consolados.
Quantas vezes não fez o Senhor milagres, a pedido de Domingos, para vir em auxílio de seus filhos, quer no espiritual, quer no temporal. Por duas vezes faltou o pão no refeitório, mas apareceram dois belos jovens, que colocaram diante de cada religioso um pão e figos.
Uma noite, um anjo guiou S. Domingos através das ruas de Roma, desde S. Xisto até Santa Sabina, para impedir um noviço de fugir do convento.
Bastava, muitas vezes, fazer apelo ao seu coração compassivo para que S. Domingos, apesar da sua grande humildade, pedisse a Deus um milagre.
Dispersava, semeava, por assim dizer, os irmãos pela Europa, não obstante o conselho contrário de pessoas ilustres e amigas, para fundar conventos; enviava outros a pregar, embora pouco dotados, dizendo-lhes: “Ide com confiança porque o Senhor vos inspirará o que haveis de dizer”. E tudo lhes corria bem, porque Domingos os acompanhava com as suas orações.
Na sua última doença, chamou para junto de si os noviços. Consolou-os e exortou-os ao bem com palavras doces e amáveis e rosto sorridente.
Durante a sua agonia, alguém lhe diz: “Pai, sabeis em que desolação nos deixais; lembrai-vos de nós e orai por nós junto do Senhor”.
Então ele, levantando os olhos ao céu, orou: “Pai santo, Vós sabeis como me tenho aplicado a fazer a vossa vontade, e aqueles que me destes Eu os guardei e conservei. Eu vo-los confio, por minha vez. Conservai-os e guardai-os”.
Como alguns religiosos insistissem, ele declarou-lhes: “Ser-vos-ei mais útil e vos ajudarei mais eficazmente após a minha morte do que durante a vida”. E, com efeito, os seus filhos têm, durante os séculos, sentido a realização da sua promessa. S. Domingos, numa conversa confidencial com um religioso da Ordem de Cister, disse-lhe: “Confesso-vos que nunca, em toda a minha vida, pedi alguma coisa a Deus que Ele me recusasse”.
Tenhamos confiança no Santo Patriarca. Ele foi um grande servo de Deus e, por conseguinte, goza de grande poder de intercessão. Junto de Jesus e Maria ele segue todos os passos da nossa vida e, como é bom pai, está pronto a interceder sempre por nós.
Sejamos dignos dele, procurando imitá-lo e reproduzi-lo na nossa vida, para merecermos, um dia, ser colocados debaixo do manto de Maria.
ORAÇÃO PARA DEPOIS DA LEITURA
Louvado seja o nosso Redentor, que, querendo salvar todos os homens, deu ao mundo S. Domingos de Gusmão.
V. Coração de Jesus, abrasado de amor por nós.
R. Abrasai o nosso coração de amor por Vós.
Oremos: Senhor Jesus Cristo, que dissestes: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, nós Vos pedimos, pelos méritos do vosso fiel servo Domingos e de vossa Mãe Santíssima, protetora e advogada da Ordem, e pela bondade inesgotável do vosso Coração, nos concedais as graças que humildemente Vos pedimos nesta novena, para que, seguindo fielmente os vestígios do nosso glorioso Patriarca S. Domingos, possamos com ele louvar-Vos e glorificar-Vos por toda a eternidade.
R. Amém.
RESPONSÓRIO DO PATRIARCA S. DOMINGOS
R. Oh admirável esperança, que destes aos que na hora da vossa morte choravam a vossa ausência, prometendo-lhes que, depois dela, havíeis de ser-lhe mais útil! Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.
V. Vós que resplandecestes com tantos milagres nos corpos dos enfermos, trazei-nos o socorro de Cristo, curai-nos da perversidade e corrupção dos costumes.
R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.
V. Rogai por nós, Bem-aventurado Pai S. Domingos.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Ó Deus, que Vos dignastes iluminar a santa Igreja com os merecimentos e a doutrina do Bem-aventurado Domingos, vosso confessor e nosso Patriarca, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos socorridos nas necessidades temporais e de crescermos sempre mais nos bens espirituais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
R. Amém.
Fonte: Novena a S. Domingos. Vários autores. 2. ed. actualizada. Editorial Apostolado do Rosário: Fátima (Portugal), 2006.
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