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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Contra as Seitas: parte 3: Quem são os Feeneyistas?

São católicos os feeneyistas?



Batismo de sangue descrito por São Bede, martírio de São Albam.  

Os feeneyistas não são católicos porém são hereges e um tipo de seita.  A seita deles pretende ser integrista e catolicismo tradicional.  Os problemas dos feeneyistas se tratam com algumas interpretações privadas da Sagrada Escritura (protestantismo) e uma falta de entender importantes temas teológicos como as palavras subjetivamente e objetivamente, e herege em matéria e herege formal.  O drama deles se centraliza no dogma Extra Ecclesiam Nulla Salus- Fora da Igreja não há salvação.  Esta conclusão dos feeneyistas tem levado eles a negar crenças e dogmas católicos, principal entre estes são:

1) batismo de sangue
2) batismo de desejo
3) ignorância invencível  

O argumento dos feeneyistas 

O argumento dos feeneyistas interpreta ao seu gosto as palavras de Nosso Senhor quando disse: "Quem não renascer na água e no Espírito Santo não poderá entrar no reino dos céus."  A mente do feeneyista não é capaz e não deseja ver nenhuma interpretação fora daquela que "confirma" o feeneyismo.  No processo disso os feeneyistas ignoram citações claves para considerar, por exemplo São Dimas, o bom ladrão, não foi batizado e ainda assim foi prometido o reino dos céus por Nosso Senhor, ou que Nossa Senhora nasceu sem pecado original e sem necessidade de ser batizada. Aliás qualquer resposta eles vão ignorar e continuar com parágrafos e parágrafos de textos ignorando todos os documentos que uma pessoa pode citar contra eles, e tem muitos.  Neste respeito, o feeneyismo parece mais como uma debilidade mental, conversar ou debater com um feeneyista é sempre um trabalho cansativo.  Falando humanamente, é impossível para um feeneyista sair do seu erro e voltar à Santa Mãe Igreja.  O meu conselho é o mesmo de Titus 3:10- em quanto a um herege, "depois de advertido uma primeira e segunda vez, evita-o."  Tal vez é necessário evitar um feeneyista já desde o inicio.


Postura da Igreja contra os Feeneyistas

Os feeneyistas frequentemente citan largos textos e compilações de textos de dogma Ex Cathedra (declarado infalivelmente), sempre ignorando a voz da Igreja, entre estes o mais famoso é Cantate Domino e Unam Sanctam, que eles atribuíam um carácter de excluir a possibilidade de batismo de sangue e desejo.  Tem vários documentos dos papas e dos Concílios que confirmam contra os feeneyistas, porém eles sempre vão ignorar isso ou fazer um tipo de desculpa e continuar com sua posição herética.  Afirmo que a posição dos feeneyistas é herética porque batismo de sangue e desejo são de fide e deve ser acreditado por todos católicos, como vou mostrar.  O ponto final dos feeneyistas é negar o ensinamento do Beato Pio Nono em quanto a Ignorância Invencível, que quer dizer que Deus julga o subjetivo (objetivamente algo pode ser pecado, porém para pecar gravemente se precisam condições de quais são matéria grave, plena consciência e deliberado consentimento, sem plena consciência ou consentimento seria apenas um pecado mortal somente objetivamente, sendo que é matéria grave. Assim que somente Deus pode julgar as consciências das pessoas, somente Deus julga subjetivamente).  Porque heresia é um pecado que separa o homem de Deus e a unidade da Fé, também existem os términos herege em matéria e herege formal.  O herege que peca com plena consciência é um herege formal, (um herege nos olhos de Deus), a Igreja sempre tem classificado o herege que acredita na heresia não por culpa própria como um herege materialmente porque a heresia existe, porém o pecado grave não existe.  A diferença simples (neste contexto) entre objetivamente (herege materialmente) e subjetivamente (herege formal) é que quem morre como herege formal será condenado por Deus e no caso de um herege materialmente, a Igreja ensina que é meramente possível que a alma não vai ao inferno. (Ninguém afirma que acontece muito nem que acontece, somente que é possível por falta da culpa própria).




Documentos da Igreja Contra os Feeneyistas

Batismo de sangue e desejo

I. Martirológio Romano
Tal vez uma das razões que não existem sacerdotes nem bispos feeneyistas é porque o dogma de batismo de sangue está na liturgia mais velha e assim como a Igreja reza é como a Igreja crê (Lex orandi, lex credendi est). Os feeneyistas ignoram tudo isso e acreditam que foi possível que a Igreja rezava e reza por mártires que morreram sem batismo por séculos errando tanto.  No Martirológio Romano vemos a festa da Santa Emerenciana, virgem e mártir em Roma, o dia janeiro 23, Santa Emerenciana era catecúmena (cristã convertida que ainda não havia recebido o batismo). Dois dias depois do martírio de Santa Inês, Santa Emerenciana morreu apedrejada quando se encontrava rezando junto ao túmulo de sua irmã de leite, pois confessou também ser cristã. Desta forma Emerenciana recebeu o batismo de sangue.  O São Vitor, 12 de abril: Em Braga, em Portugal, São Vitor, Mártir, que, embora ainda um noviço, se recusou a adorar um ídolo, e confessou Jesus Cristo com grande constância, e assim depois de muitos tormentos, com a sua decapitação ele mereceu ser batizado no seu próprio sangue.


II. Doutores da Igreja
a.São Roberto Belarmino
Liber II, Caput XXX:
“Boni Catehecumeni sunt de Ecclesia, interna unione tantum, non autem externa”.
"Os bons catecúmenos são da Igreja, de uma união interna, não de uma externa."

b. Santo Augustinho 
Cidade de Deus (De Bapt. C. Donat., IV 21).
"Eu não hesito em colocar o catecúmeno católico, que está queimando com o amor de Deus, antes d o herege batizado ... O centurião Cornélio, antes do Batismo, foi melhor do que Simon [Mago], que tinha sido batizado. Para Cornelius, mesmo antes do batismo, foi cheio do Espírito Santo, enquanto Simon, depois do Batismo, foi inchado com um espírito imundo."

c. Santo Tomás de Aquino
Summa Teólogica
 o artigo 1, Parte III, Q. 68:
"Eu respondo que, alguém pode estar querendo o sacramento de batismo de duas maneiras. Em primeiro lugar, tanto na realidade e no desejo; como é o caso com aqueles que não são batizados, nem queriam ser batizados: o que indica claramente o desprezo do sacramento, no que diz respeito àqueles que têm o uso do livre-arbítrio. Consequentemente aqueles que estão querendo Batismo assim, não é possível obter a salvação: que uma vez que nem sacramentalmente nem mentalmente são incorporados em Cristo, pelo qual só pode ser obtido a salvação."


"Em segundo lugar, alguém pode estar querendo o sacramento do batismo na realidade, mas não no desejo: por exemplo, quando um homem deseja ser batizado, mas por algum mal chance de que ele é prevenido por morte antes de receber o Batismo. E um homem pode alcançar a salvação, sem ser realmente batizado, por conta de seu desejo para o batismo, o que desejamos é o resultado da fé que opera pela caridade, pela qual Deus, cujo poder ainda não está vinculado a sacramentos visíveis, santifica o homem interiormente. Daí Ambrósio diz de Valentiniano, que morreu enquanto ainda era catecúmeno: 'Eu perdi aquele que era para eu regenerar: Mas ele não perdeu as graças que orou para receber.'"

d. São Ambrósio 

"Ouvi dizer que você expressa tristeza porque ele [Valentiniano] não recebeu o Sacramento do Batismo. Diga-me, o que mais há em nós, exceto a vontade e a petição? Mas ele teve tempo desejado para ser iniciado ... e expressou sua intenção de ser batizado ... Certamente, ele recebeu porque ele pediu."

e. São Afonso de Ligório (1691-1787)
Teologia Moral (Bk. 6):

"Mas o batismo de desejo é uma conversão perfeita com Deus por contrição ou o amor de Deus acima de todas as coisas, acompanhados por um desejo explícito ou implícito para o verdadeiro batismo de água, o lugar de onde tira quanto à remissão da culpa, mas não quanto à impressão do personagem [baptismal] ou quanto à remoção de toda a dívida de punição. Chama-se "de vento"␅ [flaminis] porque ocorre pelo impulso do Espírito Santo, que é chamado um vento [flamen]. Agora é de fide que os homens também são salvos pelo batismo de desejo, em virtude da Canon Apostolicam De Presbytero Non Baptizato e do Concílio de Trento, Sessão 6, Capítulo 4, onde se diz que ninguém pode ser salvo "sem a banho da regeneração ou o desejo por ele."


III. Concilio de Trento

Cap. 4 – A justificação do pecador
796. Nestas palavras se descreve a justificação do pecador, como sendo uma passagem daquele estado em que o homem, nascido filho do primeiro Adão, [passa] para o estado de graça e de adoção de filhos (Rom 8, 15) de Deus pormeio do segundo Adão, Jesus Cristo, Senhor Nosso. – Esta transladação, depois da promulgação do Evangelho, não é possível sem o lavacro da regeneração [cân. 5 sobre o Batismo] ou sem o desejo do mesmo, segundo a palavra da Escritura: se alguém não tiver renascido da água e do Espírito Santo, não poderá entrar no reino de Deus (Jo 3, 5).
Cânones sobre os sacramentos em geral
847. Cân. 4. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não são necessários para a salvação, mas supérfluos; e que sem eles ou sem o desejo deles, só pela fé os homens alcançam de Deus a graça de justificação — ainda que nem todos [os sacramentos] sejam necessários para cada um — seja excomungado.








IV. Código do Direito Canônico (1917)
(Canon 1239. 2) Enterramento eclesiasticístico

"Catecúmenos que, não por culpa própria, morrem sem Batismo, devem ser tratados como batizados." - Sagrados cânones
pelo Rev. John A. Abbo. St.TL, JCD, e Rev. Jerome D. Hannan, AM, LL.B., STD, JCD
Comentário sobre o Código:
"A razão para esta regra é que eles são justamente suposto ter morto unidos ao Cristo através do Batismo do desejo." 


Ordenes validas, clérigos e estrutura

As evidencias que confirmam o batismo de desejo e sangue para os católicos são enormes, porém os feeneyistas ignoram cada um destes documentos da Igreja, (e há muitos mais incluindo encíclicos, vários catecismos tradicionais, e ensinos dos papas) e por isso os feeneyistas estão, objetivamente, fora da Igreja Católica onde não há salvação.

Já que esta heresia não faz sentido por nenhum sacerdote que estuda a fé, não há sacerdotes feeneyistas nem bispos, e a questão do que se eles tem ordenes sacerdotais válidas, como tratamos com as outras seitas, não é um assunto aqui, pois não há ordenes nem clérigos. O famoso caso de Pe. Feeney (por isso o nome feeneyista) terminou meio confuso devido ao fato que ele não foi a Roma quando chamado pelo papa da época por causa de sua interpretação do dogma Extra Ecclesia Nulla Salus, e o pequeno grupo que ele fundou, The Saint Benedict Center, (Escravos do Coração Imaculado de Maria) está submetido à diocese e aceita o ensino do Segundo Concílio Vaticano.  Pe. Leonard Feeney foi excomungado por não obedecer e ir a Roma. O papa da época foi Pio XII.  Antes de sua morte ele foi reconciliado com a Igreja. A heresia se chama Feeneyismo, porém não foi Pe. Feeney que a inventou e pelo jeito, também não sustentou a postura, o que foi implicado com sua reconciliação com as autoridades da Igreja antes da morte. Uns propagadores famosos da heresia feeneista e também "sedevacantismo dogmático" são os irmãos Dimond. (leia aqui sobre os Dimonds) 

Feeneyismo é um perigo grave já que os feeneyistas são pequenos grupos de leigos normalmente isolados em partes do mundo onde não há outros feeneyistas e desistam de assistir missa por não querer estar em comunhão com os católicos que eles acham hereges por negar Extra Ecclesiam Nulla Salus. Então sem clérigos, sem missa, sem os mesmos sacramentos que são necessárias para ter vida na alma, sem estrutura e orientação espiritual os feeneyistas são uma seita não tradicional e não católica de diversos membros todos leigos espalhados e isolados no mundo. Podemos considerar feeneyismo mais como uma doença espiritual e mental do que um seita por causa destes característicos típicos dos feeneyistas que não é parecido com qualquer outra seita não católica. 

  


Contra as Seitas


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